Alegando fraude nas eleições, militares dão golpe
Golpe de estado aconteceu em Myanmar, país vizinho à Tailândia, presidente eleita foi presa. Foto: EBC
Por Paulo Campos dia em OTB MUNDO

Agência Trabalhador - Lisboa com informações da RTP Rádio e Televisão de Portugal
Após questionar o resultado das eleições que elegeram com ampla maioria Aung San Suu Kyi para a presidência de Myanmar – país da Ásia vizinho à Tailândia – militares, que mantiveram o país sob ditadura entre 1962 e 2011, prenderam a presidente eleita e diversas lideranças políticas e declararam estado de emergência.
Os militares alegaram que estão autorizados pela constituição (que foi escrita pelos próprios militares) e que permite que assumam o país em caso de emergência nacional. No caso, a emergência foi a alegada fraude nas eleições.
O exército de Myanmar, que permaneceu no poder entre 1962 e 2011, nos mesmos moldes do exército brasileiro que permaneceu no poder entre 1964 e 1986, prometeu organizar novas eleições em um ano, quando terminar o estado de emergência, mais ou menos como prometeu o exército brasileiro em 1964.
A presidente eleita, ganhadora do Nobel da Paz, Aung San Suu Kyi, foi presa. Foto: EBC
Assumiu a presidência o vice-presidente Myint Swe, que foi nomeado pelos militares conforme impõe a atual constuição do país. Sua liderança será fiscalizada pelo chefe das forças armadas, Min Aung Hlaing, segundo informações do canal de TV dos militares, o Myanwaddy News.
Foram suspensos todos os voos de passageiros, bem como todos os aeroportos, serviços de internet foram interrompidos, os bancos foram fechados e linhas de telefone foram cortadas.