Dória vai demitir servidores, seria melhor para paulistas que ficassem
Com a desculpa de enxugar o estado por conta da pandemia, o governador pretende extinguir dezenas de órgãos. Foto: Flickr
Por Paulo Campos dia em Nossos Direitos e Conquistas
Paulo Campos é vice-presidente da OTB - Ordem dos Trabalhadores do Brasil
texto baseado no artigo de Márcia Maria Barreta Fernandes Semer, procuradora do Estado de São Paulo
Opinião
Quanto mais surge à tona a totalidade do projeto de “enxugamento” do Estado de São Paulo em projeto de autoria do governador João Dória, mais se torna claro o objetivo de desmonte planejado pela sua equipe de governo.
Com a desculpa de que existe necessidade de cortes orçamentários para cobrir o “rombo” provocado pelo combate à pandemia de covid-19, Dória pretende “por na rua” milhares de servidores, fechando dezenas de órgãos estaduais como:
- FURP – Fundação para o Remédio Popular, que distribui remédios à população;
- Oncocentro, de saúde pública para tratamento de câncer;
- CDHU – Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano, que fornece moradia patrocinada pelo governo do estado;
- Fundação Instituto de Terras do Estado de São Paulo, que regulariza espaços fundiários e urbanos no estado e que atende comunidades quilombolas;
- Superintêndência de Controle de Endemias, esta justamente no meio da pandemia mais grave dos últimos 100 anos;
- E até o Zoológico – Instituto Florestal e Fundação Zoológico, que cuidam de animais e meio ambiente.
Porém, pior que o desmantelamento de boa parte da rede de atendimento à população é que, este tipo de medida – de enxugamento do estado – não funciona em tempos de crise. Historicamente, a situação relativamente recente de semelhante desmonte econômico mundial atual, foi queda da bolsa de 1929.
A solução, que está em todos os livros de história, não foi o enxugamento do estado Foi, pelo contrário, a implantação, pelo estado, de uma série de medidas capazes de proporcionar movimentação econômica.
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Plano assim já existiu, e funcionou. O New Deal, implantado pelo presidente americano Roosevelt, implantou estímulo estatal à economia, com medidas geradoras de emprego e renda, com incentivo forte e direto à construção civil, indústria, organização sindical e à agricultura especialmente.
Ou seja, o remédio é mais investimento estatal e não o que está sendo proposto por Dória, que é justamente a retirada de dinheiro no momento em que a economia, a população e em especial os servidores mais precisam.
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