Governo aproveita pandemia para tentar criar novo imposto
Medida vai contra afirmação do próprio governo que se dizia contra a criação de impostos. Foto:
Por Paulo Campos dia em OTB no Brasil
Agência Trabalhador – Brasília
Contrariando afirmações do presidente Bolsonaro que ano passado declarou tacitamente que o governo não criaria mais impostos, o ministro Paulo Guedes quer reeditar a CPMF - Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira. Guedes espera convencer o presidente ao destinar a utilização da arrecadação para benefícios sociais.
O novo imposto começa a ganhar apoio, com a movimentação da base aliada ao governo, acrescida dos integrantes do centrão.
Enquanto procura convencer o presidente, Paulo Guedes angaria apoiadores como o vice-presidente Hamilton Mourão que declarou em entrevista que é preciso tributar movimentações financeiras na internet.
E Jair Bolsonaro aparenta estar procurando "desculpa" para apoiar o projeto. Sabado (18), o presidente afirmou que "o que Guedes está propondo não é CPMF, é uma tributação digital para financiar um programa".
A proposta, por outro lado, encontra forte resistência na Câmara dos Deputados, tendo em vista que pretende tributar, como disse o ministro da economia, dividendos sobre ações em bolsa de valores, mas, que em contrapartida acabaria com o Imposto de Renda de pessoas jurídicas.
A OTB – Ordem dos Trabalhadores do Brasil vê que apoio presidencial à criação da nova CPMF seria ato incoerente com as afirmações do próprio presidente em relação à criação de novos impostos. Segundo Anderson Luna, presidente da entidade, “no momento atual, em que o pais e a população enfrentam uma pandemia e suas consequências que serão duradouras, não vejo como este seria momento correto para criação e cobrança de novos impostos. Somos contra. Neste momento é preciso cuidar dos que mais precisam, incentivar a economia e, fundamentalmente, preservar vidas” – Luna completou afirmando que “ essa ideia que parte do governo, não possui participação popular e precisa, necessita ser discutidas às claras”.